NOTA IMPRENSA

Lisboa, 20 de abril de 2021.

O Plano Ferroviário Nacional: uma reivindicação de várias décadas

O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou nesta segunda-feira o Plano Ferroviário Nacional (PFN) que prevê mobilizar uma ampla discussão pública sobre a rede ferroviária nacional e sobre os níveis de serviço que pretendemos para Portugal. A modernização da rede ferroviária, a resolução dos estrangulamentos no acesso às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, bem como a nova linha de alta velocidade serão as principais preocupações que serão objeto da reflexão coletiva.

O encontro foi marcado pela presença de representantes de diversos setores e contou com contributos de operadores, utentes, autarquias, universidades e especialistas. As associações de defesa do ambiente estiveram representadas pela Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente que teve oportunidade de saudar o momento histórico que permitirá promover um amplo consenso social e politico quanto às prioridades de investimento público na ferrovia – um dos mais importantes instrumentos de politica pública para a transição ecológica e climática. A CPADA saúda por isso o objetivo assumido pelo Senhor Ministro das Infraestruturas e Habitação de promover uma aprovação do PFN em assembleia da república, consagrando-o em Lei.

Reiterando as palavras do Senhor Ministro das Infraestruturas e Habitação não há meio de transporte mais ecológico que o comboio e se quisermos ter menos carros nas cidades e estradas, temos mesmo de ter ferrovia pesada a ir aos centros das cidades, como é o exemplo de outros países europeus como a Suíça e Holanda.

O investimento na ferrovia em Portugal tornará o país um ativo contribuidor para a transição ecológica de que necessitamos para conter o aquecimento global e os outros efeitos das alterações climáticas. Esse investimento criará emprego verde como nos casos da indústria ferroviária ou do turismo ferroviário (ainda pouco explorado como por exemplo na região do Douro) e contribuirá para a economia circular de que é exemplo recente a compra de material circulante ao operador espanhol e sua recuperação nas oficinas portuguesas.

A CPADA saúda este importante passo formal, dando nota que mobilizará as suas associadas para acrescentar os demais contributos que se juntarão às sugestões que desde já se assinalam:

  • Investir na ferrovia e nos serviços de alta velocidade tornando-os uma alternativa ao tráfego aéreo para distâncias inferiores a 1000 km;
  • Definição de serviços internacionais fundamentais, entre os quais se deverão identificar os serviços noturnos com Espanha;
  • Implementar sistemas de bicicletas partilhadas por iniciativa dos operadores ferroviários e/ou autarquias locais, assegurando complementaridade de serviços, em todas as cidades com mais de 50.000 habitantes;
  • Eliminação do glifosato no tratamento de vegetação ao longo das infraestruturas ferroviárias até 2025 (à semelhança dos compromissos assumidos pela SNCF Réseau em França);
  • Investimento em interfaces de transportes que privilegiam a relação entre a ferrovia e o território promovendo a acessibilidade do transporte coletivo a serviços, indústria e habitação.

https://www.noticiasaominuto.com/economia/1735734/associacoes-de-defesa-do-ambiente-saudam-plano-ferroviario-nacional

https://www.noticiasaominuto.com/economia/1735841/comboio-tem-de-chegar-as-capitais-de-distrito-diz-pedro-nuno-santos